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O aumento do uso de dispositivos digitais e redes sociais entre jovens e crianças está provocando mudanças comportamentais e cognitivas que preocupam especialistas. Estudos recentes, publicados nos Estados Unidos e no Brasil, apontam ligações entre o uso excessivo de telas, problemas de atenção e o crescimento de diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este artigo explora essas conexões, destacando dados e tendências.

Aqui você descobrirá:

  1. O impacto do uso de telas no desempenho acadêmico e na leitura
  2. Crescimento do tempo de uso de redes sociais e suas implicações
  3. A relação entre redes sociais e ansiedade em jovens
  4. Dificuldades de atenção e diagnósticos crescentes de TDAH
  5. Iniciativas para reduzir os impactos do uso excessivo de telas

Impacto do Uso de Telas no Desempenho Acadêmico e Leitura

Dados recentes do relatório Nation’s Report Card mostram uma queda significativa na proficiência em leitura entre estudantes americanos. Essa queda está sendo associada ao aumento do tempo gasto em dispositivos digitais, que reduz o tempo dedicado à leitura de livros e outras atividades que exigem concentração prolongada.

No Brasil, uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL) revelou que mais da metade dos brasileiros não lê livros. Embora fatores culturais e socioeconômicos sejam determinantes, o uso intensivo de telas está deslocando o hábito da leitura para conteúdos fragmentados e de baixa profundidade, como os consumidos em redes sociais.

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Fonte: Mobile Time

Crescimento do Tempo de Uso de Redes Sociais e Suas Implicações

O tempo médio diário gasto em redes sociais nos Estados Unidos subiu de 90 minutos em 2012 para 153 minutos em 2019, e a tendência é de crescimento contínuo. Essa mudança é especialmente visível na Geração Alpha, composta por crianças e adolescentes altamente expostos a dispositivos digitais.

Esse aumento não se limita apenas ao entretenimento. As redes sociais são projetadas para captar e manter a atenção, o que tem implicações profundas no comportamento e na saúde mental dos jovens.

Redes Sociais e Ansiedade em Jovens

Um estudo divulgado pela Veja Saúde apontou que o uso excessivo de redes sociais está relacionado a 45% dos casos de ansiedade em jovens. A constante exposição a padrões irreais de vida, a busca por validação por meio de curtidas e a sobrecarga de informações são fatores que contribuem para o crescimento desse problema.

Outro estudo, divulgado pelo Portal Afya, destacou que passar mais de três horas diárias nas redes sociais eleva em 30% o risco de depressão entre os jovens.

Dificuldades de Atenção e Diagnósticos de TDAH

O uso prolongado de dispositivos digitais tem sido associado a um aumento significativo nos problemas de atenção entre crianças e adolescentes. A exposição contínua a estímulos visuais e sonoros rápidos, combinada com recompensas imediatas, como curtidas e notificações, interfere no desenvolvimento de habilidades essenciais, como a capacidade de concentração sustentada e o controle da impulsividade.

Como consequência, os diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm crescido globalmente. Essa tendência gera debates sobre a influência direta do ambiente digital e a possibilidade de que o uso excessivo de telas esteja amplificando sintomas preexistentes ou mesmo criando um padrão comportamental semelhante ao do transtorno, especialmente em indivíduos mais jovens. Estudos indicam que crianças expostas a mais de três horas diárias de dispositivos digitais apresentam até 20% mais probabilidade de desenvolver sintomas relacionados ao TDAH, reforçando a necessidade de atenção ao tempo de tela na infância.

Iniciativas e Soluções

Organizações como o Criança e Consumo estão liderando iniciativas para conscientizar pais e educadores sobre os impactos do uso excessivo de telas. Essas ações incluem programas educativos para incentivar o equilíbrio entre o tempo online e offline, além de políticas que regulamentam a publicidade direcionada às crianças.

Os estudos deixam claro que o uso excessivo de telas está moldando o comportamento e a saúde mental das novas gerações. Apesar das preocupações, há oportunidades para criar um equilíbrio saudável entre tecnologia e desenvolvimento cognitivo. Investir em educação e conscientização é essencial para mitigar os efeitos negativos e garantir que o digital seja uma ferramenta de construção, e não de distração.

Fontes:

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Apaixonado por jogos, esportes e tecnologias. Graduado em Ciências da Computação, especialista em Gestão de Riscos e Cibersegurança.