O YouTuber Zangado lançou recentemente um vídeo sobre Dragon Age: The Veilguard, o novo título da BioWare que traz de volta o universo do famoso RPG. Nos primeiros minutos do vídeo, ele exibe uma cena onde a personagem Taash se declara “não binária” durante um jantar com sua mãe, em uma cena que causou bastante burburinho entre os fãs, especialmente pela forma como o tema foi abordado. Zangado comenta a respeito dessa e de outras escolhas que acabam deixando uma forte marca “woke” no jogo, o que, segundo ele, enfraquece a causa progressista ao forçar uma mensagem em vez de integrá-la naturalmente na história.
Mas o que significa “Woke”?
Woke significa estar “acordado” para questões sociais, como racismo, desigualdade e discriminação. O termo surgiu nos EUA na década de 1960, durante os movimentos pelos direitos civis, e voltou a ser usado em movimentos atuais como o Black Lives Matter.
Hoje, “woke” também inclui temas como direitos de gênero e diversidade. Enquanto alguns veem essa postura como essencial para combater injustiças, outros criticam o que consideram ser uma “forçação de barra” em filmes, séries e jogos que colocam mensagens progressistas à frente das histórias ou personagens.
A Cena de Taash e a Agenda “Woke” no Jogo
No vídeo, Zangado destaca como essa cena inicial em que Taash se autodeclara “não binária” representa o que muitos consideram um “ativismo exagerado” no jogo. Para o YouTuber, a cena foi um tanto desconexa e caricata, como se estivesse ali apenas para “marcar presença” em uma pauta progressista, mas sem realmente contribuir para a profundidade do personagem. Segundo ele, ao enfatizar demais a questão de gênero e identidade, o jogo perde a oportunidade de construir uma personagem mais rica e multifacetada.
Zangado também argumenta que esse tipo de representação forçada pode acabar alienando uma parte da base de fãs mais antiga da série, que esperava um enredo mais focado nas intrigas políticas, na fantasia e nas relações complexas entre as raças e facções de Thedas. Ao invés disso, a inserção de uma agenda progressista de maneira ostensiva acaba desviando o foco da narrativa central, dando ao jogo um tom de “educação forçada” que muitos jogadores consideram desgastante e desnecessário.
A análise do jogo: Qualidade Gráfica, Jogabilidade e Personagens
Mesmo com a polêmica, Zangado não deixou de analisar os aspectos técnicos de Dragon Age: The Veilguard. Abaixo, os pontos positivos e negativos mencionados:
- Gráficos e Ambientação: O jogo apresenta gráficos de alta qualidade, com uma ambientação rica e detalhada que transporta o jogador para um mundo de fantasia medieval. O design dos cenários é, sem dúvida, um dos pontos altos, especialmente nas áreas urbanas e nas florestas que o jogador pode explorar.
- Mecânicas de Combate: O combate é descrito como satisfatório, embora alguns aspectos da movimentação e das animações pareçam ultrapassados. As mecânicas são uma mistura de combates rápidos e estratégicos, com ataques básicos, magias e esquivas. O sistema de combate também foi atualizado para incluir mais comandos táticos, mas, segundo Zangado, ainda fica aquém de outros RPGs de última geração.
- Customização: A BioWare adicionou uma nova camada de personalização, com opções de escolha entre várias raças e facções. No entanto, a customização dos personagens é um tanto limitada, com algumas opções de rosto e corpo que deixam a desejar em comparação com outros RPGs modernos.
- Narrativa e Diálogos: The Veilguard oferece uma trama densa e bem trabalhada, com diálogos narrados pelo personagem Varric, que retorna de jogos anteriores. Porém, como Zangado observa, a história tem momentos de altos e baixos, onde certos trechos soam “esticados” e “genéricos”, comprometendo a qualidade geral do enredo.
O Veredito de Zangado: Para Quem Vale a Pena?
Após uma análise detalhada, Zangado conclui que Dragon Age: The Veilguard é um jogo “ok” – não é uma obra-prima, mas também não é um desastre. Ele ressalta que, para quem é fã da série e quer explorar o universo de Dragon Age, o jogo ainda oferece uma experiência divertida, principalmente nas missões e interações com os companheiros. No entanto, ele adverte que o ativismo excessivo e o tom “educativo” em relação a certas pautas podem afastar jogadores que buscam apenas um RPG de fantasia sem agendas explícitas.
Zangado aconselha que, para quem se incomoda com a agenda progressista ou com o excesso de representações forçadas, pode ser mais interessante esperar por uma promoção e jogar apenas pelas mecânicas e enredo principal, ignorando certos diálogos que podem soar excessivos.
Vale a Pena Jogar?
Dragon Age: The Veilguard traz uma mistura de elementos clássicos da série com novas adições que podem agradar ou desagradar os fãs, dependendo do que buscam. A polêmica em torno da agenda “woke” e da forma como temas de identidade são tratados de maneira expositiva gerou discussões intensas na comunidade. No entanto, se você é fã do universo de Dragon Age e consegue separar esses aspectos do restante da trama, o jogo pode valer a pena, principalmente para explorar o mundo de Thedas e interagir com seus personagens marcantes.
Você conhece o Tio Zangs?
Zangado é um dos pioneiros do YouTube gamer no Brasil e é conhecido por suas análises detalhadas e opiniões sinceras sobre jogos. Mantendo sua identidade real em segredo, Zangado usa uma máscara que virou sua marca registrada, o que aumenta o mistério e carisma em torno de sua figura. Ele começou seu canal em 2009, quando vídeos de gameplay eram uma novidade no Brasil, e rapidamente conquistou uma base fiel de seguidores, atraídos pelo seu jeito direto e autêntico de abordar cada jogo.
Com mais de uma década de conteúdo, Zangado se destaca não só por reviews de jogos, mas também por discussões aprofundadas sobre temas do universo gamer, sempre com uma postura crítica e imparcial.
Fontes:
- Zangado no YouTube: https://www.youtube.com/Zangado
- BioWare: https://www.bioware.com